Íldima Lima, 39 anos, é brasileira, soteropolitana, residente em Recife desde 2013. Graduada em Relações Públicas pela Universidade do Estado da Bahia (2004) trabalhou por 12 anos com implementação de projetos de Comunicação e Responsabilidade Social, passando a priorizar atividades artísticas em 2015, após obter o título de Especialista em Estudos Cinematográficos pela Universidade Católica de Pernambuco. Em 2017 criou a illi arte afetiva, marca autoral que tem como propósito promover o protagonismo da mulher negra nas artes visuais. Pintura em técnicas variadas, com destaque para aquarela, em superficies diversas como tela, cerâmica, estamparia e porcelana são formas de expressão utilizadas pela artista para escrever novas narrativas de representação e representatividade dos corpos negros nas artes visuais.
Recentemente iniciou projeto de pesquisa plástica voltada à representação de mulheres negras nas artes, com ênfase na apropriação, deslocamento e ressignificação de seus corpos. Em paralelo, dedica-se ao estudo das Transmídias aplicadas às artes plásticas.
O projeto exposição Negras Cabeças tem como propósito estabelecer uma conexão visual-ancestral a partir da apresentação, em ambiente digital, de 08 pinturas criadas pela artista visual Íldima Lima, partindo de referências e registros históricos de mulheres pertencentes a grupos étnicos que utilizavam o cabelo como artifício de linguagem para expressar aspectos pertinentes à sua cultura. Nesta primeira fase serão apresentadas pinturas de mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mblantu, Fulani e Himba.
O projeto é mais uma etapa das ações da artista que propõe-se a contribuir para a ressignificação imagética da mulher negra nas artes visuais através do deslocamento e protagonismo como forma de representação e representantividade dos corpos negros. Para além da pintura em si, mecanismo atemporal de registro, reconexão e reconhecimento para escrever novas narrativas visuais sobre esses corpos, a exposição Negras Cabeças busca demarcar territorialmente tal representação a partir da ocupação de espaços expositivos tão alheios aos debates de gênero-raça tanto ao que se refere ao objeto quanto ao autor.